COMUNICADO CONJUNTO SINDICATOS CTT SOBRE GREVE GERAL NA EMPRESA

TRABALHADORES DOS CTT é hora de unir!

É mesmo hora de unir e de lutar!

Palmadas nas costas e facadas nos direitos, não!

 

Os TRABALHADORES DOS CTT estão desde meados de Março entre aqueles que, mesmo correndo riscos, nunca pararam. Apesar de por incúria da gestão estarem nas ruas e nos balcões sem medidas de protecção, continuaram a prestar o Serviço Público Postal, respeitando assim as suas obrigações para com os Portugueses.

 

Abre aqui o comunicado em formato  PDF » » » comunicado conjunto CTT 27 Maio 2020 

O Comunicado em JPEG está no final deste texto.

E COMO LHES PAGA A GESTÃO DOS CTT? ATACANDO-OS, PREJUDICANDO-OS.

 

Atacando-os, tentando impor-lhes um “cartão de refeição” que eles não querem, querendo que colaborem no defraudar do seu futuro e da Segurança Social.

OS TRABALHADORES DOS CTT, QUE NÃO SÃO NEM QUEREM SER COLABORADORES (ESSES SÃO OS OUTROS, OS QUE TÊM DESTRUÍDO A EMPRESA), VÃO LUTAR PORQUE A GESTÃO DOS CTT NÃO OS RESPEITA, TAL COMO NÃO RESPEITA OS PORTUGUESES.

 

Estamos a viver uma situação complexa e diferente, sob ameaça de inimigo invisível, que infectou milhares de portugueses e, entre eles, muitos TRABALHADORES DOS CTT. Apesar disso os TRABALHADORES DOS CTT estiveram todos os dias no seu posto de trabalho.

Sim, todos os dias. Os da Distribuição de prédio em prédio e de porta em porta, os do Atendimento nos balcões das Estações de Correio, os do Tratamento e dos Transportes nos CPL’s e alguns, porque as suas funções o permitem, em teletrabalho.

Não podíamos parar e não parámos. Atendemos, tratámos, transportámos e distribuímos! A necessidade e importância da prestação do Serviço Postal Universal pelos TRABALHADORES DOS CTT é uma evidência. São indispensáveis.

Não estamos, por tudo isso, todos no mesmo barco. Os TRABALHADORES DOS CTT são indispensáveis, são heróis. Os TRABALHADORES DOS CTT e não os administradores, os dirigentes de topo ou os accionistas, como ardilosamente foi vendido à Comunicação Social e escarrapachado na informação interna da empresa.

 

Foram os TRABALHADORES DOS CTT, mulheres e homens de valor, conscientes e abnegados, que estiveram diariamente nos seus postos de trabalho, ao contrário de administradores e gestores que estiveram em casa resguardados da pandemia – aquartelados – a protegerem-se e aos seus, enquanto mandavam para a frente “de batalha” os que estavam realmente a trabalhar. Enviando-os sem as necessárias medidas de protecção dos mesmos. Isso mesmo, uns nas ruas e nos balcões e eles, os decisores, nos cartéis, chegando ao ponto de, para reunirem com os Sindicatos, imporem a videoconferência. E vêm agora falar em linha da frente?

 

É notório que parte das correspondências diminuiu, porque centenas/milhares de empresas e micro-empresas (comércio e industria) estiveram encerradas e a população estava em casa a cumprir as indicações da DGS, tal como é falso que os CTT estivessem sem serviço. Os CTT mantiveram a actividade chegando ao ponto de prejudicarem a prestação do Serviço Postal Universal em benefício de serviços não essenciais e não incluídos no mesmo. Mas foram os TRABALHADORES DOS CTT que estiveram onde era necessário – a recepcionar, tratar, transportar e entregar à população e às empresas o que lhes era necessário nesta fase.

Tudo isso enquanto foi necessária a insistência e a denúncia para que resolvessem gastar uns míseros milhares de Euros para suprirem a necessidade de equipamentos de protecção individual. Tal como o foi para que umas centenas de trabalhadores fossem confinados pois, caso contrário, ainda estaríamos à espera de uma solução efectiva.

Sim, houve muitas empresas a utilizar o lay-off. Mas essas empresas encerraram portas, contrariamente aos CTT que aumentaram o trabalho diário dos seus Trabalhadores, nomeadamente dos Carteiros. Mais era impossível fazer mas, ainda assim, numa flagrante desonestidade intelectual, a administração dos CTT ameaçou os TRABALHADORES DOS CTT com o lay-off, sabendo que não poderia justificar o mesmo nos termos da Lei. Isso mesmo, ameaçaram os TRABALHADORES DOS CTT a quem, ofensivamente e até jocosamente, se referem como “pessoas” ou “colaboradores”.

Negociações com propostas sigilosas e feitas à distância porque os dirigentes sindicais poderiam ter “bicho”? Houve sim e disso demos conhecimento aos trabalhadores. A empresa queria o “cartão de refeição” para sempre, congelar promoções e diuturnidades, impor a marcação dos períodos de férias aos trabalhadores, pagar o subsídio de férias quando entendesse, tudo isto em nome de um pretenso terramoto nas receitas e ameaçando com menos remunerações e diminuição de postos de trabalho.

Claro que os sindicatos quiseram e bem acautelar os direitos dos trabalhadores. Apenas aceitariam medidas temporárias e a manutenção do AE/CTT por um período mais alargado. De imediato os CTT acabaram com as conversas e ameaçaram com o lay-off, porque o que queriam era aproveitar a pandemia para acabar com o subsídio de refeição e obrigar a esmagadora maioria dos trabalhadores a gastar o dinheiro no DIA, no Continente, no Pingo Doce e outros. E afinal de contas, os resultados do 1º trimestre foram praticamente iguais aos do ano passado em que não houve pandemia.

Aceitaremos discutir tudo, negociar, mas nunca aceitaremos imposições ou falsos diálogos para “inglês ver”. À imposição do “cartão de refeição”, reconhecendo como é óbvio o direito de opção dos que o queiram ter, responderemos sempre com a luta!

Sim, hoje há fome em muitas casas em Portugal, muitas famílias ficaram com os seus rendimentos reduzidos – entre elas as de muitos contratados a prazo CTT entretanto despedidos (alegadamente por termino dos contractos), muitos dos subcontratados CTT (os chamados agenciados) – que ficaram desempregados. Esses aumentaram certamente o número de famílias que hoje têm fome e vêm-se na obrigação de recorrer à caridade.

Por tudo isto e com enorme sentido de responsabilidade e espírito de coesão e no decurso de uma crise pandémica e económica, porque é que os CTT querem deixar de pagar quase dois milhões de euros em impostos (que podem ser utilizados no serviço nacional de saúde por exemplo), porque querem reduzir os valores das prestações sociais a que temos direito em caso de necessidade?

PORQUE AQUILO QUE NOS UNE É MAIS FORTE DO QUE AQUILO QUE NOS SEPARA, A RESPOSTA SÓ PODE SER A LUTA!

DIA 29 MAIO DIZEMOS NÃO À IMPOSIÇÃO!

QUEREMOS A ADMISSÃO DE MAIS TRABALHADORES PARA MELHORAR A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DIMINUIR A CARGA DE TRABALHO.

EXIGIMOS NEGOCIAR SALÁRIOS DIGNOS PARA QUEM NÃO DESISTIU, RESISTIU E MANTEVE A EMPRESA A LABORAR.

ENTREGÁMOS AO CEO DOS CTT EM MARÇO UMA PROPOSTA DE AUMENTOS SALARIAIS PARA 2020. VOLVIDOS QUASE 3 MESES, VIOLANDO AS NORMAS DA CONTRAÇÃO, NEM RESPOSTA DERAM. A MENOS QUE A RESPOSTA TENHA SIDO O CARTÃO DE REFEIÇÃO

Lisboa, 27 de Maio de 2020

Os Sindicatos

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