Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações

Resultados Consolidados CTT/2023

Abra aqui o comunicado em formato PDF

Lucros sobem 66,2% para 60,5 Milhões

Vão ser distribuídos 24,5 M€ de dividendos (0,17€ por acção). Por aqui se vê que, de facto, a preocupação principal da administração é com a remuneração dos accionistas.

Os lucros também mostram que a administração podia, pode melhorar os salários substancialmente, remunerando de forma muito mais justa os principais criadores de riqueza na empresa: Os Trabalhadores.

Demonstram, também, que a argumentação da “sustentabilidade” da empresa para fazerem o que fizeram com as Obras Sociais não tem qualquer cabimento. Mas, quanto a esta matéria, em tribunal, hão-de ser obrigados a voltar atrás! A acção judicial já foi interposta (Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa).

Rendimentos Operacionais

Correio

Atingiram 837,5 M€ (+7,3%).

Mau grado a manutenção da tendência de declínio do tráfego de correspondências tanto endereçadas como não endereçadas, estas continuam a ser a principal fonte de receitas da empresa, seguidas cada vez mais de perto pelas de EMS/Encomendas.

De qualquer modo, o correio (correspondências e EMS/Encomendas) continua a ser a principal fonte de rendimentos a empresa.

Gastos Operacionais

Pessoal

Situaram-se em 382,6 M€ (+8,88%).

Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)

Atingiram 391,5 M€ (+15,9%)

Veja-se a facilidade como quase duplicam a taxa de variação em comparação com os custos com pessoal!

Passivo (sem o Banco)

Registou um decréscimo de 69,7 M€ (1 035,9 M€ para 966,2 M€; -6,7%).

Esta redução substancial (-36,1 M€; -19%) deveu-se, sobretudo, ao decréscimo do valor das Responsabilidades futuras com cuidados de saúde dos Beneficiários do IOS (de 190,4 M€ para 154,2 M€).

Fica assim evidenciada a principal razão para a imposição, unilateral e à revelia das ORT, do novo “PAS” (Plano de Acção Social, inventado pela administração dos CTT e consumada pela directora de Gestão de Recursos Humanos).

Trabalhadores

O número de Efectivos teve um “aumento” de 197 Trabalhadores (+1,7%), enquanto o número de Contratados a Termo aumentou 970 (+73,8%).

Fica clara a tendência para o aumento da precariedade quando faltam centenas de trabalhadores efectivos na generalidade dos serviços operacionais da empresa com consequências gravíssimas no aumento da sobrecarga dos trabalhadores existentes e na degradação da Qualidade de Serviço.

Tráfego

O tráfego de correspondências manteve a tendência de descida, motivada pela substituição digital, pela ausência de medidas efectivas que permitissem atenuar essa tendência e pela péssima Qualidade de Serviço. Mais um ano que a administração fez gala de não cumprir a quase totalidade dos Indicadores de Qualidade.

Faz impressão este laxismo da parte da Anacom e do Governo ao permitirem este comportamento ilegal e provocatório da administração dos CTT.